quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Conheci a Terra que viu nascer a minha VELHA



Adérito Veloso


Recentemente fui à província que viu nascer a minha querida MÃE. Foi bom ter conhecido o Luena, capital da província do Moxico.
O Luena é uma cidade pacata e tímida. As ruas estão toda elas bem sinalizadas (vertical e horizontalmente), diga-se de passagem. Todas as pessoas com quem passeie (espaireci) formam unânimes em afirmar: “Epa! esta terra é muito fixe… estas Gajas (moças) são boas!!!!”, dizia um Velho Kamba, disbundeiro.
O Leuna tem de tudo um pouco. Mas, o que mais me impressionou foi o grande número de Kupapatas (moto-taxis) que de forma célere, ajudam directa ou indirectamente na deslocação dos passageiros de um para o outro lado. Eu também e com muito medo (sou medroso desde puto) andei com alguns Kupa.
Hospedei-me no Hotel Luena…este hotel de nome não tem nada… é uma autêntica pocilga (que me desculpem os donos). O mais agravante é que o Boss do Hotel está em Luanda a gastar o dinheiro (quem os trabalhadores fazem) como manda a lei, nas casas de jogos, os famosos Kasinos, enquanto que os funcionários estão há já 13 meses sem verem a cor do Kumbu, vendo lorotas. É mau né!… mas é assim no meu país!
A fiscalização não funciona. Quem tem dinheiro manda e desmanda, nesta martirizada pátria da Rainha Nakatolo!


Foto: Vigas da Purificação

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Viagem a Cabinda pela primeira vez


ADÉRITO VELOSO
(na foto, tirada junto do estadio do Chiazi que alberga o CAN )
Apesar da viagem para à província de Cabinda, não ter sido “arquitectada” por mim, graças a uma “Pauta-convite” (termo jornalistico que indica uma actividade-cobertura jornalistica) que a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA) endereçou ao jornal onde labuto, a oportunidade foi aproveitada ao maximo. Não são todos os dias que temos diante de nós, uma suberba oportunidade de viajar de graça, e a convite de uma tal empresa de Seguros!
Alias, Eu não tenho nenhum seguro... talvez devido ao “koxito” salario que aufero. Mas, ainda assim deu para desfrutar as terras do Colega: Sibi – Mango – Mango. Foi bom conhecer Cabinda, Chazi (local onde está a ser erquido o campo que albergará o grupo B que vai desputar o CAN-Angola 2010), Cacongo e o posto fronteiriço do Massabi.
Foi a minha primeira vez, aliás existe sempre a primeira vez na vida de cada um de nós... Conheci um posto fronteiriço. Desta foi com o Congo-Brazaville. Tinha em mim, o medo de ainda encontrar em Massabi, as peripecias e vestígios por que passaram os “irmãos” espulsos dos dois Congos. Não foi desta... graças a Deus – todo-poderoso. Ainda assim e como um bom “J”, tive o bichinho de ultrapassar a zona neutra e passar para o outro lado do Congo. Tive de princípio, alguns calafrios mas graças a Jesus, nada me aconteceu. Tive também a malandrice de perguntar os nosso “ini(a)migos” congoleses de como afinal andavam as coisas por aquelas bandas...
Todos forma unanimes em me responder que não havia macas e tudo não passava do passado - (grande a lata – esta repetição-passa bem!!!). Sei que em Luanda (capital dos especiais) diz-se em boca pequena, que haverá depois do CAN que a nossa querida Pátria vai albergar a partir de 10 de Janeiro proximo, uma verdadeira caça as bruxas ou retalhação como queira, aos maus tratos que os “Irmãos angolanos” que viviam nos dois Congos, há já 50 e tal anos, passaram nos últimos meses.
Será que a retalhação é boa! “Xé menino não fale política”...
Bom! Gostei da viagem à provincia de Cabinda. Na sede provincial vive-se numa acalmia tal... quem me dera que Luanda também fosse assim! É mesmo só um sonho... Os parcos (3) dias que vive no Hotel Pôr-do-sol, um dos empreendimentos hoteleiros escolhidos pelas autoridades provincias para acolher os turistas que virão para o CAN. Senti inumeras saudades dos Engarrafamentos (Aeroporto-Rocha-rodunda do Gamek ou ainda Mutamba-hospital Josina Machel-ZambaII-antigo controlo e...), mas graças a Deus, a minha viagem toda ela paga pela “E”, deu para desfruta-la, apesar de não ter nenhum seguro pago!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Angola e Espanha concentram cooperação em sectores que alavancam a economia



Reino da Espanha concede a Angola linha de crédito de 500 milhões de Euros, para financiar projectos de interesse comum

(na foto: no lado esquerdo a ministra angolana do Comercio, Idalina Valente, no meio a Secretaria de Comercio espanhola, Silva Iranzo)



Adérito Veloso*



Angola e o Reino da Espanha estão empenhados em estreitar cada vez mais as suas relações comerciais e projectar esse relacionamento em sectores que dinamizam a economia angolana. É neste contexto que esteve de visita a Angola a secretária de Estado de Comércio de Espanha, Sílvia Iranzo, que, durante dois dias, conferenciou com altos dirigentes angolanos ligados ao aparelho económico do país, destacando-se os ministros da Economia, Manuel Júnior, das Finanças, Severim de Morais, do Comércio, Maria Idalina Valente, para além do coordenador da Comissão de Reestruturação da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), Aguinaldo Jaime.
Durante os encontros foram passados em revista vários acordos de cooperação bilateral. No encontro que Sílvia Iranzo manteve com o ministro angolano das Finanças, Severim de Morais, o governo espanhol anunciou a abertura de uma linha de crédito a Angola no valor de 500 milhões de euros (cerca de 750 milhões de Dólares norte-americano), dinheiro destinado ao seguro de crédito de exportação e que será gerido pela Companhia Espanhola de Seguro de Crédito à Exportação (CESCE).

A linha de crédito está incluída no Memorando de entendimento subscrito entre dos dois Ministérios em 2007, que estabeleceu um programa de cooperação financeira que inclui também facilidades concessionais. Este montante visa igualmente fortalecer os laços de cooperação económica, assim como contribuir para o financiamento de projectos de interesse comum.

À saída do encontro que manteve com o ministro angolano das Finanças, a secretária de Estado de Comércio de Espanha disse aos jornalistas em conferência de imprensa que a sua viagem a Angola teve como pano de fundo o estreitamento e reforço das relações económicas e comerciais entre Angola e Espanha.

“Estas relações estão a ser marcadas por um excelente momento, não só no domínio político, já que a Espanha é um país que esteve sempre ao lado de Angola, é amiga de Angola há várias décadas. Sempre apoiamos o Governo angolano. Queremos apoiar o Governo angolano criando valores a longo prazo, queremos apoiar as empresas nos programas financeiros de modo a fazer uma integração cada vez melhor no plano internacional”, destacou.
Avanços
Espanha faz parte do Clube de Paris, daí ter sido um dos primeiros países a assinar o acordo celebrado entre Angola e o Clube de Paris. Aquele pacto permitiu a Angola o relançamento da economia e do comércio com o resto do mundo.
“Queremos reconhecer o comportamento exemplar de Angola no cumprimento destes acordos com o Clube de Paris, e a Espanha é o primeiro país que assinou um programa financeiro para Angola”, disse.
O acordo que o Governo angolano pretende celebrar com o Fundo Monetário Internacional (FMI) nos próximos tempos já obteve luz verde do Reino da Espanha. Segundo Sílvia Iranzo, a Espanha não tem dúvidas de que o acordo que o Governo angolano pretende celebrar nos próximos tempos com o FMI contribuirá na arquitectura financeira estável a nível internacional.
“Tanto Angola como a Espanha estamos a sofrer as consequências da crise económica e financeira internacional. O acordo que Angola pretende celebrar com o FMI irá permitir a arquitectura financeira internacional. Apoiaremos com todos os instrumentos possíveis no campo financeiro”, defendeu.
A Espanha vai presidir a União Europeia no próximo semestre, e esta função para além da importância política também tem um pendor económico. Angola precisa de estar presente no centro das atenções dos países europeus e não só. Sílvia Iranzo informou que o seu governo vai apoiar em tudo que for possível.



Trocas comerciais
As trocas comerciais entre Angola e Espanha triplicaram durante os últimos três anos. Os sectores da agricultura, pescas, construção civil, infra-estruturas, engenharia e energia eléctrica são os que contribuíram para o incremento atípico das relações comerciais entre os dois países durante os últimos três anos. Só no ano transacto, o volume do comércio bilateral em produtos lácteos, materiais electrónicos, barcos de pesca, materiais de construção civil, equipamento de telecomunicações, veículos industriais elevou-se para 2,3 biliões de euros. Cerca de 4% do petróleo consumido em Espanha é proveniente de Angola.

Parecerias Os empresários espanhóis estão particularmente interessados no sector da construção civil. No entanto, a representação comercial de Angola no reino da Espanha é a principal mola impulsionadora da atracção do empresariado daquele país Ibérico ao nosso país. Através da promoção das potencialidades de Angola, os empresários espanhóis mostram interesse em investir cada vez mais no ramo da construção civil, o que tem determinado o crescimento no intercâmbio comercial entre ambos os países.



O Presild, que também integra os Centros de Logística e Distribuição, enquadra-se no programa governamental criado em Novembro de 2006, com o objectivo de organizar e modernizar a actividade comercial do país. Até 2010 serão construídos 8 CLODs destinados à comercialização a grosso, principalmente de produtos alimentícios de largo consumo diário. Os mesmos serão erguidos nas províncias de Luanda, Malanje Huíla, Benguela, Huambo, Bié, Kwanza-Sul e Uíje. Consta também do Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à população, a construção do Mercado Abastecedor na província do Cunene. Estes projectos irão criar cerca de 23.500 empregos directos e indirectos.
Cooperação
O Governo espanhol forma quadros que vão assegurar laboratório nacional de controlo e qualidade. O Presild investiu cerca de 240 milhões de Dólares norte-americano para a construção do Centro de Logística e Distribuição que será um dos maiores a nível da África Austral
O Programa de Reestruturação do Sistema de Logística e de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild) está a erguer ao Km 30, município de Viana, em Luanda, o Centro de Logística e Distribuição (CLOD) que contará com um laboratório nacional de controlo e qualidade.
Orçado em cerca de 240 milhões de Dólares norte-americano, o empreendimento está a ser construído numa extensão de 200 hectares e comportará área administrativa, lojas do Nosso Super, hotéis, bem entrepostos frigoríficos para a conservação de carne, peixe e horto-frutícolas.
O reino da Espanha tem uma vasta experiência no sistema de logística e distribuição de produtos alimentares, daí que está a colaborar com o Governo angolano no sentido de transmitir o know-how aos técnicos angolanos que irão funcionar no CLOD, para desenvolverem esta actividade de maneira célere.

Fotos: Vigas da Purificação*

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Angola aposta no desenvolvimento das tecnologias nucleares


Prioridade recai na formação de quadros para monitorarem o uso racional da energia nuclear nos diferentes sectores da economia do país


ADÉRITO VELOSO*
Com a aprovação, em 2007, da Lei de Energia Atómica e a promulgação do estatuto da Autoridade Reguladora de Energia Atómica (AREA), o acesso à tecnologia nuclear e a sua utilização ao serviço do desenvolvimento dos diferentes ramos da economia constam das prioridades do executivo angolano.
Apesar de Angola ter sido admitida como membro da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) em 1999, somente a partir de 2007 o país iniciou efectivamente com maior vigor a promoção e desenvolvimento das aplicações de ciência e tecnologia nuclear, através da implementação de vários projectos com a cooperação técnica da AIEA.
Através desta cooperação, foi elaborado o Programa Nacional Quadro do País (PNQ), que constitui a base de referência para o programa de cooperação técnica com a AIEA para o período de 2009-2011. Este plano foi desenvolvido depois de consultas de peritos da agência, junto dos organismos nacionais competentes. A base foi uma análise das necessidades do país em termos de ciência e tecnologia nucleares em relação aos planos nacionais relevantes e aos programas de desenvolvimento sectorial.
Desta consulta resultou um plano que tem como objectivo adequar as prioridades nacionais em termos de tecnologia nuclear ao desenvolvimento sustentável, tendo o foco das actividades de cooperação nas seguintes áreas: desenvolvimento de recursos humanos; consolidação da infra-estrutura legislativa nacional de protecção contra radiações; saúde pública; agricultura; controlo da poluição marítima e terrestre; aplicações das técnicas nucleares nas industriais; segurança nuclear e actividades de apoio geral adaptadas às necessidades nacionais.
Segundo o director-geral da Autoridade Reguladora de Energia Atómica (AREA), Pedro Lemos, o uso de matérias radioactivos têm dado bons resultados aos vários sectores da economia, destacando-se a indústria e a agricultura.

Actualmente, o Governo está engajado em vários projectos nacionais com a cooperação técnica da AIEA, onde se destaca: o fornecimento das capacidades de ensino, desenvolvimento dos recursos humanos, aplicação nos sectores da agro-pecuária e meio ambiente.
“Em Angola, o uso deste tipo de energia (radiação ionizante ou materiais radioactivos) tem trazido benefícios importantes em sectores da economia como a medicina, a agricultura, a indústria, em particular a indústria extractiva, a investigação, o ensino e o desenvolvimento tecnológico”, disse.
A AREA controla e autoriza toda actividade que envolve radiações ionizantes, destacando-se a cooperação técnica no processo de autorização de importação de fontes radioactivas para o uso nas empresas que operam em Angola no sector petrolífero e na extracção de diamantes. O apoio também abrange a aplicação de tecnológia nuclear no sector agrícola.

Para se montar um sistema de radiologia em qualquer hospital do país é preciso a autorização da Alta Autoridade Reguladora de Energia Atómica. A função é verificar se todas as condições requeridas pela AIEA estão observadas.

Indústria Dados apontam que a indústria é a maior usuária das técnicas nucleares. Já que a facilidade de penetração da radiação em diversos materiais e a variação de sua atenuação com a densidade do meio que atravessa os feixes tornam o seu uso conveniente em medidores de nível, espessura, humidade, vazões de líquidos, e no controlo de qualidade de junções de peças metálicas (oleodutos, aeronaves e navios).

Em Angola, toda esta tecnologia está disponível, nas fábricas de papel, na indústria de bebidas, exploração do petróleo e dos diamantes, até nas empresas de energia eléctrica.
“Usa-se a tecnologia na indústria de papel, como medidor da espessura para garantir que todas as folhas tenham a mesma dimensão e na indústria de bebidas, para controlo de níveis de enchimento. Na exploração do petróleo, em processos para determinar o perfil dos solos, e distinguir a quantidade de água, gás e óleo existentes no material extraído; na refinaria de petróleo (onde é utilizado radioisótopos para radiografar juntas de soldaduras), na indústria diamantífera no processo de exploração mineira. É ainda utilizada nas empresas hidroeléctricas, de construção, portos e aeroportos (os chamados scanners)”, sublinhou o director-geral da AREA.
Agricultura
O sector agrícola do país vai contar nos próximos tempos com um laboratório onde serão criados isótopos radioactivos para o melhoramento das plantas, com destaque para a espécie da mandioca. A sede está a ser montada junto ao centro experimental Mazozo, ligado ao ministério da Agricultura, localizado na região de Catete (Luanda), com a supervisão da AREA.

Os isótopos radioactivos emitem radiações, ferramentas importantes na agricultura moderna, já que este fertilizante (isótopo) estável absorve nutrientes nas culturas.

“Estamos a trabalhar na criação de técnicas para a eliminação de algumas pragas que prejudicam a cultura da mandioca. Para esta empreitada estamos a trabalhar com a AIEA no sentido de montar os laboratórios. Cabe-nos (Angola) criar espaços e a AIEA vai-nos fornecer o equipamento, bem como a formação do pessoal a custo zero. O país só vai participar das despesas, pagando as viagens e o alojamento”, informou ao JE o director-geral da Alta Autoridade Reguladora de Energia Atómica.

Pedro Lemos anunciou, por outro lado, estar em curso um projecto de criação de um laboratório de medicina nuclear, avaliado em cerca de USD 300 mil, cujo financiamento e o seu equipamento estão a ser executados pela Agência Internacional de Energia Atómica.

Energia eléctrica
As potencialidades do uso pacífico da enrgia nuclear podem incrementar o défice que o país regista actualmente no domínio da energia eléctrica, numa altura em que o desenvolvimento económico exige do sector da energia um dinamismo acentuado.

Apesar de não constar das prioridades do executivo angolano construir reactores nucleares no país para o fornecimento de energia eléctrica, o também especialista em física nuclear defende que, num futuro próximo, Angola terá de enveredar para este desafio, na medida em que a actual produção de energia eléctrica não satisfaz a demanda.

Actualmente o país tem disponível cerca de um GW de energia e com o desenvolvimento que se está a verificar vai exigir uma produção de energia eléctrica que rondará os cerca de 5 ou 6 GW.

“Não é com barragens hidroeléctricas, muito menos com a utilização das placas (painéis) solares ou energias renováveis que se poderá colmatar a demanda que teremos nos próximos tempos. Então, possivelmente, no futuro se possa enveredar para a construção de um reactor nuclear de uma potência que dependerá das necessidades que o país vai precisar no que toca à energia eléctrica”, informou Pedro Lemos.

Mão-de-obra
O órgão regulador do uso racional da energia atómica no país conta com cerca de 15 trabalhadores, incluindo quatro especialistas (três angolanos e um vietnamita), todos formados em física nuclear.

A AREA, em parceria com a AIEA, está a implementar um programa de formação de quadros que se vai prolongar até ao ano de 2011. Cerca de 20 técnicos especialistas nas diferentes áreas que compõem a energia nuclear estão a ser formados. Neste momento, estão a ser especializados na área de inspecção e fiscalização três técnicos angolanos na Nigéria. No próximo ano, a instituição reguladora de utilização de energia nuclear no país pretende formar no exterior mais 10 especialistas, que actualmente estão a concluir o curso superior de física nuclear, na Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto.

“Temos que formar técnicos que vão trabalhar com o sector da indústria, no sector da saúde, na agricultura e por ali em diante”, frisou Pedro Lemos, antes de anunciar que os especialistas não poderão ser recrutados de qualquer maneira. Entre os requisitos principais, destacam-se pessoas a frequentar o curso superior (universitário) de física e que se especializam na área de física nuclear.

Funcionalidade
A Alta Autoridade Reguladora de Energia Atómica não tem implementação em todo o território nacional e o seu principal objectivo é criar os regulamentos necessários a serem utilizados nos diferentes sectores, quer na indústria, agricultura, saúde e outros ramos que têm nos materiais radioactivos o seu principal fornecerdor de energia.

Projectos em curso: fortalecimento do programa de ensino da física nuclear; desenvolvimento dos recursos humanos e apoio à tecnologia nuclear; fortalecimento das infra-estruturas reguladora para protecção e segurança das fontes de radiação; modernização dos serviços laboratoriais para o diagnóstico de doenças animais; programa de monitorização de resíduos de medicamentos veterinários; avaliação da poluição marítima provocada pela exploração de petróleo ao longo da costa; monitorização e controlo das doenças em animais transfronteiriços; melhoria da assistência veterinária a pequenos criadores de gado; efeitos dos biofertilizantes e fertilizantes inorgânicos sobre o crescimento da cultura do milho e feijão no solo ferrolítico do Huambo; melhoria das culturas através da mutação e biotecnologia; estabelecimento do laboratório de testes-não-destrutivos para aplicações industriais; estabelecimento do Centro Nacional de Radioterapia; introdução de técnicas de medicina nuclear em práticas clínicas e apoio ao estabelecimento de capacidades/ competências em radioterapia e medicina nuclear.

Publicado no Jornal de Economia & Finanças*
Fotos: Da Internet

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Estado angolano deve incrementar apoio ao sector privado


BDA financia USD 225 milhões em diversos projectos desde a sua fundação há 3 anos, numa altura em que muitos pedidos de créditos que aquela instituição bancaria tem recebido, não cumprem com os requisitos basicos


Adérito Veloso*


O Presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), Paixão Franco (na foto), defende que o Estado deve apoiar as iniciativas privadas, permitindo assim o relançamento da economia, assim como tirar milhões de pessoas do mercado informal para o mercado formal, promovendo deste modo o desenvolvimento sustentável do país.
Para o PCA do BDA, falava numa conferencia promovida recentemente em Luanda, pela Agência das Naçoes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), as potencialidades que o país dispõe no que toca à matéria-prima têm promovido o interesse dos investidores a apostarem nos diversos segmentos da economia, destacando-se a agricultura e a indústria transformadora. “O apoio a estas iniciativas por parte do Estado vai promover o aumento do emprego, a melhoria nas remunerações bem como também o combate a pobreza”.
“Os recursos naturais de Angola constituem vantagem comparativa em favor do desenvolvimento do sector privado e o governo está a potenciar estas vantagens transformando-as em competitivas, através da criação de infra-estruturas económicas (portos, aeroportos, estradas e caminhos- de- ferro), concessão de incentivos fiscais e diminuição de taxas alfandegárias. Assim como a estabilização política, económica e social do país”, destacou.
É nesta conformidade que o Banco de Desenvolvimento de Angola adoptou uma política de concepção de financiamento não massificado, mas que garanta o reembolso do crédito a longo prazo, salvaguardando o emprego, combate à pobreza, fome, e reabilitação de infra-estruturas.
“Preferimos actuar desta forma, para identificar-mos nas cadeias produtivas quais são os seus elos fracos e actuar-mos sobre os mesmos. A mensagem que temos transmitido aos nossos colaboradores é de que o mais fácil é conceder o crédito, mas o difícil é administrar, recuperar, negociar, acompanhar e fiscalizar”, afirmou.
Financiamento O Banco de Desenvolvimento de Angola financia directamente projectos com montantes de investimentos acima de USD 5 milhões. Os projectos com montantes inferiores são financiados indirectamente através dos bancos comerciais com os quais o BDA firmou convenções financeiras: BPC, BPA, BCI, BAI, BIC, BFA, Banco Sol, Banco Regional do Keve, Banco Millennium Angola, VT Russo e o BNI.
Dentre os principais projectos privados que o BDA financia, destacam-se: Produção em larga escala de cereais e leguminosas, produção e transformação de mandioca, produção de algodão, indústria de descaroçamento e prensagem de algodão, mecanização agrícola, fornecimento de insumos agrícolas, bovinicultura de corte e de leite, avicultura de frango de corte e postura, caprinicultura e ovinicultura, suinicultura, agroindústria, indústria e serviços, indústria madereira, produção de inertes e artefactos de cimento e prestação de serviços.
Apesar de não ter agências instaladas em todas as províncias, a instituição já recebeu pedidos de financiamento das 18 províncias do país.
As províncias de Luanda, Bengo e Kwanza-Sul lideram a lista de pedidos de financiamento, enquanto as províncias do leste do país, dada as dificuldades resultantes do longo conflito armado, têm enfrentado alguns constrangimentos. Ainda assim, o BDA pretende abrir uma agência regional na província da Lunda-Sul para facilitar o atendimento às províncias da Lunda-Norte e Moxico.
O Banco de Desenvolvimento de Angola tem como propósito principal o financiamento de projectos dos diversos agentes privados que absorvem o maior número de mão-de-obra, fomentando assim o emprego bem como o desenvolvimento sustentável do país.
Constrangimentos Na sua dissertação, Paixão Franco chamou a atenção para a informalidade do sector paralelo, pois este constitui uma ameaça ao desenvolvimento. Para o PCA do banco BDA, o mercado informal não se resume apenas às zungueiras e muito menos ao mercado Roque Santeiro em Luanda. “Existem empresas instaladas no centro da cidade de Luanda que não pagam impostos ao Estado. Não apresentam e nem têm contabilidade, mas quando pedem crédito ao banco e se lhes pede a contabilidade, dizem que o banco complica. Isto também é informalidade”, destacou.
O fraco fornecimento de energia eléctrica, o funcionamento deficiente dos portos e aeroportos, bem como a burocracia que se regista actualmente na obtenção dos diversos documentos para a constituição e certificação de uma empresa, também preocupam o PCA do Banco de Desenvolvimento de Angola.
Por outro lado, Paixão Franco entende que o uso de energia alternativa (eólica e solar), a construção de mini-hidroeléctricas, formação de pessoal próprio, internalização de tecnologias, planeamento das importações e a estruturação dos sectores de assistência técnica e de suprimentos constam das soluções práticas e eficazes para a solução de problemas específicos.


Fotos: Pedro Salvador

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

“Angola não consegue tipificar nem quantificar o seu potencial minério”, disse o vice -ministro da Geologia e Minas, Lourenço Mahamba Baptista.


O governante que me concedeu uma entrevista, no passado mês de Julho de 2009 (publicada no jornal de Economia e Finanças), que os 350 milhões de dólares norte americanos, atribuídos para a concretização do plano geológico nacional são insuficientes, dada a magnitude da empreitada.

Adérito Veloso*

Adérito Veloso (AV) – Como é que caracteriza o sector mineiro do país?
Lourenço Baptista (LB) –
O sector mineiro de Angola é caracterizado basicamente pela exploração dos diamantes, que é o mineiro que mais contribui para o Orçamento Geral do Estado. A seguir, temos a participação das rochas ornamentais e a produção do gesso e inertes, que estão a contribuir directamente para esta fase de reconstrução nacional.
AV – Como será o Plano Nacional de Geologia?
LB
– O Plano Nacional de Geologia é um programa que visa a prospecção ou a identificação, pesquisa e o reconhecimento dos minerais na extensão do país. Nós várias vezes dissemos que Angola é um país rico. Na verdade é um país rico de ocorrências minerais. O país nesta altura não consegue tipificar nem quantificar o seu potencial de recursos minerais. Por isso, este plano vai trazer consigo esta informação que não existia. Vamos poder inventariar todo o potencial geológico - mineiro, e vasculhar o que é que existe no subsolo e no solo de Angola, em termos de minerais. Temos que contar também com as gerações vindouras e saber agora quais são as potenciais reservas que nós temos para definir as jazidas a serem exploradas de imediato e no futuro.
AV – Com que especialista vai contar o Ministério para este desafio?
LB
– Trata-se de uma grande empreitada. Naturalmente tudo que é ajuda e sinergia será bem-vinda. Somos um país grande e tem poucos quadros. Existe uma carência de geólogos no mundo e, em particular, em Angola. Este programa será feito para além da intervenção do Estado. Irão aparecer subprogramas que contarão com parceria público-privada. Nós estamos a contar com todos que querem participar no desenvolvimento de Angola.
AV – Quantos postos de trabalho o Plano Nacional de Geologia poderá proporcionar?
LB
– A prospecção tem um carácter sazonal e, portanto, não emprega para toda a vida. Este é um trabalho de grandes riscos e incertezas. Naturalmente poderá congregar algumas pessoas num determinado período e serão contratos por tempo determinado, porque a própria prospecção tem um tempo de um a cinco anos. Passado este tempo, se felizmente encontrarmos alguns minérios, poderemos criar outras sociedades para a exploração, e os melhores trabalhadores passarão para a segunda fase. Caso não, cessam os contratos. Assim, quantificar os postos de trabalho é um pouco difícil, porque é bem verdade que o programa tem um carácter nacional, mas a sua execução nunca vai ser em toda a dimensão do terreno, porque os recursos são cada vez mais escassos.
AV – Quais são as províncias a serem priorizadas?
LB
– Temos um conceito que chamamos de minérios estratégicos. A depender deste conceito, podemos dar a primazia ou não de explorar este tipo de minério. Então penso que por ali é que será feito o trabalho. As ocorrências afloram em quase todo o país, mas dizer taxativamente onde é um pouco difícil nesta altura, porque só depois deste programa de levantamento aéromagnético é que vamos determinar as áreas potenciais a serem seguidas ou em que zonas especificamente vamos arrancar. Depende do tipo de minério que se quer explorar. O mercado internacional também de alguma maneira vai influenciar-nos ou determinar o que é mais urgente a prospectar. Portanto, não depende só de identificarmos que este é o primário ou não. Depende do mercado e também do interesse do Estado e do sector privado.
AV – Como serão aplicados os USD 350 milhões disponibilizados para a empreitada?
LB
– A verba de 350 milhões de dólares é inicial e irrisória, uma gota de água no oceano. Mas pensamos que com isto já se pode dar o pontapé de saída numa primeira fase. Por isso, iremos precisar de sinergias, das entidades privadas de todo o país, para que de facto venham participar nesta fase, porque vai requerer muito dinheiro. O uso ou aplicação deste recurso será alocado nos materiais necessários para a concretização do projecto. Refiro-me, por exemplo, ao aluguer de aviões aeromagnéticos. Ainda vamos ver se adquirimos estes meios ou vão ser alugados. São vários serviços por se contratar, para que se faça uma primeira visão aeroespacial de modo a se determinar as anomalias.
AV – Que passos já foram dados para o controlo da exploração ilegal dos diamantes?
LB
– O que mais se explora em Angola são os diamantes, industrialmente ou não. Artesanalmente, existe o garimpo. O que vai se fazer agora é legalizar as pessoas que estejam interessadas em explorar os diamantes. A República Democrática do Congo, a nossa vizinha, é a segunda maior produtora de diamantes de África e produz cerca de 30 milhões de quilates por ano com oitenta porcento de material exportado a partir de produção artesanal. Se nós conseguirmos organizar bem a exploração artesanal, ela pode beneficiar servir para o Orçamento Geral do Estado.
AV – Como é que isto será feito?
LB
– Diz o regulamento que serão credenciadas aquelas pessoas que residem nas áreas afins há cerca de dez anos. Estes produtores devem habilitar-se ao exercício desta actividade recorrendo aos órgãos do Ministério da Geologia e Minas, desde a província para encaminhamento posterior à estrutura nacional, onde serão atribuídas concepções mineiras. Esta exploração em primeiro momento será direccionada àquelas áreas abandonadas pela exploração industrial. Não vai ser qualquer área atribuída para a exploração artesanal.
AV – O que o Ministério tem aconselhado às empresas de exploração de diamantes para ultrapassarem esta fase difícil da crise económica e financeira mundial?
LB
– Quando a crise começou a agudizar-se, em Outubro e Novembro, o Ministério disse que era necessário conter as despesas. E depois fez um programa a nível do Governo Central que visava a compra dos diamantes pelo Banco Central, como balizador dos preços, que haviam caído substancialmente. Esta medida trouxe efeitos benéficos logo a seguir. Podemos dizer que a nível mundial a depressão foi mais ou menos de 30 porcento no ranking mundial, mas que em Angola acusamos a recepção até 60 porcento dos preços. Portanto, houve empresas que perderam as suas receitas em até 60 porcento. Quando o Estado anunciou a entrada em vigor destas medidas, os compradores preferenciais aumentaram o preço ao nível mundial. E actualmente as empresas estão a perder de 25 a 30 porcento das suas receitas, mas a este nível, as empresas rigorosas como Catoca, Chitotolo, SDM, Cuango e Luminas aguentam-se sem nenhum problema porque é mais do que o mínimo da sua margem média de rentabilidade anterior. Então elas estão a trabalhar ao nível break-even, (ponto crítico ao nível de custos). Se não houver mais nenhuma depressão, elas irão resistir sem nenhum problema. As empresas pequenas, e por sinal parte delas, já tinham problemas de rentabilidade, não suportaram a crise, e estamos a procurar encontrar alguma equação para que elas reatem o seu trabalho.
AV – Apesar da crise económica e financeira mundial, como é que se pode caracterizar o ano de 2008 quanto à exploração de diamantes?
LB
– A crise actuou a partir dos pólos. Estávamos no último trimestre do ano e boa parte das empresas já tinha esboçado os seus trabalhos. Já eram passados três trimestres de boa produção, o que garantiu um saldo anual positivo. Em termos de quantidades ou volume de quilates, os números cifraram-se na média anterior. As receitas são que foram afectadas com a crise económica mundial. Portanto, o ano 2008 caracteriza-se com este facto, de o volume não ter sido atingido, mas sim as receitas terem sido afectadas com a crise económica e financeira mundial.
AV – Como está a actividade de prospecção?
L.M.B.
– Nós tínhamos as empresas de exploração e prospecção. Quase todas elas, por causa da crise, ficaram paralisadas. Estavam a operar neste momento cerca de quatro, com maior destaque ao projecto Lunda-Nordeste, onde está a multinacional De Beers, tendo em conta as capacidades financeiras do investidor, que consegue contrapor os efeitos da crise. Na fase de exploração, algumas empresas se ressentiram muito da crise. Eram cerca de dezasseis que estavam na fase de exploração. Nesta fase com maior destaque o Ministério conta com a Catoca, Chitotolo, SDM, Cuango, Luminas, o projecto Chimbondo, o projecto Quisangidi, Luwó e CML.




Fotos: Vigas da Purificação*

sábado, 19 de setembro de 2009

Angolano investe na indústria metalúrgica




Adérito Veloso*



Jorge Luamba, 40 anos é um “jovem” angolano arrojado, que fez das “tripa o coração” (da barriga o ânimo) até que conseguiu montar no pólo industrial do município de Viana, Km18, no edifício Only, em Luanda, uma fábrica ligada à montagem de estruturas metálicas.
Cognominada de Luambagest (Empreendimentos, Lda) a unidade industrial fabrica e monta escadas, corrimões, portões, gradeamentos, estruturas para construção de edifícios, armazéns, coberturas para estádios de futebol, pavilhões e pontes metálicas, além de soldaduras, gasodutos e oleodutos (pipelines). O investimento da unidade fabril está avaliado em cerca de 12 milhões de Dólares.



Segundo fez saber o administrador da unidade fabril, Jorge Luamba, as estruturas metálicas fabricadas pela sua firma têm contribuído bastante no crescimento do sector de construção civil, já que têm facilitado na aquisição destes materiais a internamente, evitando a sua importação. “O sector metalúrgico em Angola ainda está muito aquém das encomendas, pois constata-se um défice neste sector, visto que a matéria-prima é toda importada, principalmente o ferro”, afirmou.



Construção A fábrica transforma a matéria-prima, no caso do ferro, para projectos de edifícios e estruturas metálicas, construção de armazéns e outras infra-estruturas. “Nós estamos preparados para fabricar tudo que está ligado ao sector metalúrgico”, gaba-se. O empresário diz que apostou neste segmento, porque acredita que o sector de construção civil, é hoje em Angola o ramo que mais cresce e precisa de muita matéria-prima para suportar os vários empreendimentos que o Governo e as empresas privadas estão a levar a cabo um pouco pelo país.



“O sector está em franca expansão e exige uma resposta adequada por parte dos investidores, tanto nacionais como estrangeiros, de modo a produzirmos localmente os materiais de construção civil, facilitando à sua aquisição”, disse o responsável. Para ele, sem indústrias o país não vai desenvolver, uma vez que se entrou na fase de reconstrução e construção de infra – estruturas destruídas pela guerra.



Trabalho A unidade fabril produz consoante as encomendas dos clientes, podendo efectuar mensalmente obras no valor de um milhão de Dólares. “Nós estamos receptivos a todos aqueles que apostam seriamente no sector da construção civil”, disse, para acrescentar que neste momento o volume de negócios da empresa ronda em cerca de um milhão de Dólares por mês. Apesar de o país registar um potencial mineiro, o mercado metalúrgico nacional é abastecido por produtos importados, tudo porque a exploração desses recursos é quase diminuta.



Dificuldades Há cinco anos no mercado angolano, a Luambagest continua ainda a atravessar muitos problemas, mas a fase mais crítica foi ultrapassada e o futuro é animador. “Nós tivemos muitas dificuldades por altura da implementação da fábrica, já que este tipo de actividade exige mão-de-obra qualificada”, afirmou Jorge Luamba.



Expansão Quanto ao processo de extensão para as outras províncias do país, Jorge Luamba não pôs de parte essa possibilidade, dizendo que a sua empresa está pronta em montar estruturas metálicas em qualquer parte do país desde que seja solicitada. “Estamos a encetar contactos em várias províncias e aguardamos. Neste momento, além da província de Luanda, a nossa empresa está a montar alguns empreendimentos na província do Huambo”, salientou o administrador.



Projectos A Luambagest pretende lançar brevemente no mercado imobiliário angolano, o projecto denominado “Moradias Uni familiares”. O mesmo terá um custo que rondará entre os 70 e 130 mil Dólares, por cada residência. Para estas empreitadas, a empresa pretende utilizar tijolo de barro vermelho de origem sul-africano e telhado de produção nacional. Uma casa normal com extensão de 100 m2 poderá custar cerca de 70 mil Dólares, enquanto um rés-do-chão o seu custo rondará os cerca de 130 mil Dólares. Quanto à modalidade de pagamento, ainda está a ser estudada”, concluiu o jovem gestor.

Matéria também publicada no JE
* Fotos de Pedro Salvador

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PEQUENOS INVESTIMENTOS GERAM GRANDES NEGÓCIOS


As dificuldades de emprego no mercado formal têm incentivado vários citadinos da capital angolana a serem empreendedores


POR: ADÉRITO VELOSO*


A capacidade empreendedora de vários munícipes da cidade de Luanda está patente em tudo aquilo que cada um faz e produz para o seu sustento. A produção artesanal e semi-industrial ganha cada vez corpo na província, numa altura em que as empresas do sector mobiliário também vão ganhando espaço e corpo, num ramo que, cada vez mais, regista um crescimento exponencial, acompanhado a dinâmica do crescimento económico, que o país tem estado a viver nos últimos tempos.


A qualidade e o design são dois binómios que sustentam uma pequena carpintaria, localizada junto à paragem de táxis, ao lado da estrada Futungo de Belas – Benfica, município da Samba, em Luanda.


A referida carpintaria é uma associação de dois cidadãos nacionais, que não poupam esforços, estabelecendo as suas estratégias na excelência de uma decoração onde combinam duas variáveis: modernidade e artesanato, fazendo com que o negócio tenha o máximo de rendimento.
Daniel Pedro, 35 anos, natural de Cabinda e residente em Luanda, confessa que abraçou a actividade de carpinteiro em 2001. Acrescenta que o seu negócio deu um salto a partir de 2003, quando deu início à produção de diversos tipos de mobiliário de lar. Utilizando como matéria-prima junco (bambu) e madeira, ele fabrica camas, sofás, roupeiros, cestos, mesas, cadeirões e outros móveis.


“Nós fabricamos mobiliário para todos os gostos. Os nossos produtos para além também de serem duráveis, já que podem ser utilizado vários anos sem precisar de reparação, ao contrário dos móveis vindos do exterior do país. Eu e o meu colega já reparamos sofás, guarda-roupas e outro tipo de mobiliário proveniente de outros países, o que não acontece com os móveis produzidos na nossa carpintaria”, diferenciou.


A Ilha do Cabo, no município das Ingombotas, em Luanda, consta na história do carpinteiro, por ser o primeiro local onde começou a comercializar o seu produto.


“Temos muitos clientes e, por vezes, também recebemos várias encomendas. Por isso, não temos tido problemas na comercialização dos nossos produtos”, disse, antes de anunciar que o negócio é mais lucrativo em locais turísticos.


Matéria-prima A matéria-prima utilizada nas duas carpintarias vem das províncias do Bengo, Uíje e Cabinda, assim como dos mercados informais de Luanda. A madeira e o bambu têm origem angolana e são trabalhados numa conjugação de técnicas artesanais associadas às mais modernas tecnologias.


DificuldadesO grande problema da carpintaria tem sido a falta de matéria-prima, que, por vezes, tem obrigado à paralisação das suas actividades. Ainda assim, a comercialização dos produtos fabricados naquela carpintaria é rápida e célere, tudo porque o requinte do mobiliário tradicional espelha a qualidade.


“Não existe incentivo nenhum por parte do governo. Nós pagamos taxa ao governo mas nunca vimos melhorado a nossa actividade. Se por exemplo pedir um crédito bancário, não me aceitam. O ministério da Industria ou do Comercio, não nos apoia. Então existe muitos obstáculos para se levar avante este tipo de actividade”, reclamou o interlocutor.


Negócio rentável Apesar da técnica utilizada para a produção dos móveis não ser de alto nível, os nossos interlocutores destacam as suas carpintarias primam numa filosofia mobiliária de padrões aceitáveis, de modos a que nenhum detalhe escape. Esta produção de mobília artesanal tem como principais clientes cidadãos com poucos recursos financeiros em comprar em lojas de venda de movíeis importados.


“As nossas vendas dependem da disponibilidade do material. Nós formamos uma equipa tecnicamente capaz e habilitada em executar mobília de lar e, quem sabe, também de escritório, muito procuradas. Nós temos tido várias obras que os clientes vazem por encomenda. Isto demonstra que já temos e ganhamos o nosso mercado, tudo porque os clientes fazem também por nós a publicidade e, em contrapartida, as nossas peças têm muita aceitação”, disse, por seu turno, Daniel Pedro.


Desafios A falta de incentivo por parte das autoridades competentes assim como as dificuldades de acesso ao crédito bancário constituem também preocupações dos proprietários das carpintarias.


“Já participámos em várias feiras (Feira Internacional de Luanda), onde aproveitámos vender os nossos produtos, bem como encetámos contactos com várias instituições, com o fito de nos ajudarem como adquirir créditos, de modo a que o negócio não fique prejudicado”, concluiu Daniel Pedro.


* Foto: Vigas da Purificação

segunda-feira, 6 de julho de 2009

RESGATAR A MINHA IDENTIDADE


“Primo mande-me um pouco de fuba de milho (farinha), lombi seco (folhas de abóbora ou de feijão frade) e peixe calumbelenle (peixe miúdo da água doce)”.

É esta frase de pedido, que vinha do outro lado da linha telefónica, vinda das bandas de Manchester (Inglaterra). Era o meu primo (meio-irmão se quiserem) que se encontra algures no Velho Continente a saber um pouco mais da ciência de Aristóteles…

Afinal de conta, nunca nos esquecemos da nossa identidade! O homem (meu primo) já está naquelas bandas (Europa) há já 14 anos e seguramente com vários “bifes” e não sei mais o quê que “deleitou” (pitou) nunca me veio na mente que aquilo que estava a ouvir era verdade!

“Primo estas a brincar comigo… né…”, dizia eu às gargalhadas! E ele respondeu-me carinhosamente … “ nada meu! Não estou a brincar… é verdade!”.

Ele nunca teria a ousadia de me pedir estes “mambus” do kimbu (aldeia). Veio em mim, a alegria de que afinal de contas, os nossos costumes (hábitos) nunca serão esquecidos. Leve o tempo que levar, dure o tempo que durar (do meu kimbu)!

O meu primo falava com uma elegância tal…que eu, já pensava que estávamos no Kachiungo (Bela - vista, Huambo) ou nos matos (erradamente) da Katabola (Nova- Sintra). Mas não! Estava a falar doutro lado do mundo (1º mundo)…

O próximo mais próximo (Unitel) tem-nos levado a sonhar acordados; tem-nos levado a pensar que o mundo é uma Aldeia Global! Pois é! Claro…

Depois de aproximadamente 4 dias mandei-lhe a “engraçada” encomenda! Que grande encomenda… Lombi, fumbua, feijão – frade, fuba… foram para a Europa… será que por altura da Revista acirrada da polícia inglesa as “bugigangas” irão passar! Era esta a minha insistente pergunta, quando enleava a famosa encomenda…

Passados alguns dias, ele telefonou-me a confirmar a chegada intacta da grande encomenda vinda de Kachiungo… fique lisonjeado (gabado)! Afinal de contas, quando queremos os mambus chegam sem makas…

Foi muito bom encarnar que o meu primo iria “poluir” os áreas de Manchester com os lombis e companhia…

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Fruta boa!


Desfrutem desta paisagem e comam (nutram-se) até se embucharem do Mamão que proponho-vos…
É uma abundante e linda fruta…
Melhor que está só noutro PLANETA!
Haja coração para tanto suco de mamão…

A.V.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Árvores excepcionais!


Existem no nosso “martirizado” país, espécies de árvores ímpares.
Esta que a fotografia retracta mostra isso mesmo…
Do verde ao verde, e em vários recantos de Angola, o cenário “predilecto” que esta paisana nos confecciona, dá para se tirar o Chapéu, Do Meu Kimbu...
É caso para se dizer que fale a pena resistir!

A.V.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Haja fleuma!




É na verdade um bom caminho para se viver…
Talvez os ecologistas angolanos têm vicado "um pouco tristes" quando nas “bandas” do Planalto Central angolano chegam os “Tempos” das queimadas (secas)…
Todo esse VERDE (foto) desaparece…
Toda essas maravilhas... que a natureza nos proporciona são deitadas por água à abaixo…

Mas haja serenidade!


A.V

terça-feira, 16 de junho de 2009

DA PEDRA À VIDA!


A pedra é sem sombra de dúvidas, uma ardósia muito linda… ela dá vida aos humanos já que desde os primórdios (idade da pedra) o HOMEM sem se socorreu à pedra para se defender (esconder)!

Felizes são os povos e nações que tinham e têm nos seus territórios pedras! Angola (nossa casa comum) tem em tudo que é canto.

Os nossos antanhos: Katiavala, Ekuikui, Gina, Mutuyakevela, Muandume, Vie e tantos outros viveram e guerrearam contra o colonialismo graças a pedra que serviu tanto de abrigo, mas também para o fabrico de armas (afiar as flechas) para se defender contra o invasor (colonialismo português)!

Preservarmos este bem que Deus (todo o poderoso, nos deu!). Hoje vivemos um frenético processo de reconstrução nacional… e a base é e será sempre, a pedra para assegurar os alicerces (caboko do meu kimbu!).

Haja coração…

A.V.

domingo, 14 de junho de 2009

Da pedra à pedra!


É na verdade uma relíquia que só Deus nos pode proporcionar!
Não é uma utopia, mas sim uma verdade verdadeira, nua e crua…
Existem coisas maravilhosas que a natureza nos dá e nós, como seres “racionais” (se calhar) temos de preservar.

Desfrutem!

A.V

sábado, 13 de junho de 2009

Quem ousa nos aguentar!


Só visto… estas belezas (imagens) que quase a cada dia que nasce insistentemente às coloco aqui neste espaço é prova de que ninguém, mas absolutamente ninguém, tem estas paisagens que os “Mwangolês” teimosamente têm…

O verde faz morada, faz as honras da casa, faz esquecer os maus dias…

O céu carregado de Nuvens, que parecem despontar de uma grande “KARGA” de chuva… dá a paisagem um autentico sem igual. Haja coração…

Apesar do Futuro pertencer só e unicamente à Deus, ainda assim, vaticino um futuro risonho para os nossos “rebentos”…

A.V.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Beleza ímpar!


Nos anos que correm há quem diga que as coisas estão a mudar! Mas, não! Não porque nasci e cresci num ambiente saudável, ímpar, confortável, fascinante, apaixonante, impressionante…

Esta paisagem mostra isso mesmo!

No planalto Central angolano (Huambo e Bié) há relíquias que pensamos serem do outro mundo celestial. Mas não! É mesmo em Angola… (Nossa casa Comum)!

Apreciem, admirem com “Moderação” as PAISAGENS que vos proponho…


A.V

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Terra Viva…


Apesar do efeito estufa que a cada dia que passa os “holofotes” mundiais aterrorizam as pessoas, ainda assim nós “Mwangolês” temos uma bênção! Temos esperança que Angola sobreviverá!


O nosso ecossistema nos favorece, para fazer aquilo que nos vem no nosso Kimbu (Cabeça)! Temos variadíssimas terras para a prática de cultivo…


A nossa terra é muito VIVA!

A fotografia diz isso mesmo… quem duvida!


Há força... Há vida... Há esperança... Há determinação... Há...

A. V.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Potencial hídrico que ninguém tem!


Angola nossa terra, nossa casa comum tem um potencial hídrico que muitos países gostariam de o ter! Mas…

Esta Fotografia diz isso mesmo… não há quem nos segura!

As nossas casas são as piores! Mas duvido se há no casco urbano e nas famosas sanzalas (bairros) ÁGUA potável… isso teimosamente digo que não há!

Mas acredito que vamos ter H2O brevemente…


A.V.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

As montanhas de PEDRAS …


A minha banda é riquíssima de montanhas estrondosa e bonitas, que se calhar não há mais em nenhuma parte do globo (do meu kimbu!)

Esta é uma prova dos nove! Quem viaja de Luanda por estrada, até ao Centro de Angola, encontra estas delícias paisagens que dão para se tirar o “boné”… Serras de PEDRA! É uma autentica obra da natureza...

Não há mais em nenhuma parte do mundo… acreditem e apreciem-nas de perto!



A.V.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A Gruta no Embondeiro!


Parece ser uma anedota, mas não é…

Este embondeiro faz-nos recuar no Tempo, quando grandes nomes do heroísmo (nacionalismo) se bateram contra o colonialismo TUGA…

Este embondeiro tem um figurino semelhante a um Kubiku! São as belezas que a nossa TERRA nos proporciona… a nossa Terra tem (?!?)

Esta é uma árvore grandiosa, que abunda nas nossas paragens e serve de reencontro para muito e boa gente (birrar á sombra dela)!

Ela está presente para dizer aos vizinhos povos (países), que a nossa tradição representa única e simplesmente as nossas culturas, bem como aquilo que a Terra tem para nos dar…

Esta árvore representa única e simplesmente aquilo que cada “Mwangolê” tem no seu íntimo… bravura (os nossos antepassados), robustez, arrogância (muita e mais alguma coisa…), ganância (é de mais…), egoísmo (Bwé), bebuchismo (com o frango e o pincho…) e…

Esta ÁRVORE está presente para dizer que os “Mwangolês” não brincam em serviço…

Que bom ver esta estrondosa e bela árvore da nossa Banda!




A. V.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Gidungo que temos…




O Gidungo é utilizado normalmente para “imprimir” um novo sabor às várias delícias gastronómicas.

Ele está em quase todos os alimentos que “ingerimos” nos nossos estômagos. Este “ingrediente” é uma delícia vê-lo em campos cultivados.

Dá uma boa imagem… do verde ao vermelho… Ai! Que bom…

É um autentico festival de paisagens, que presenciamos todos os dias nos diversos campos espalhados um pouco por esta Angola à dentro!

A. V.

terça-feira, 2 de junho de 2009

De origem mexicana a abundar em Angola…




O MAMÃO também abunda em Angola! Não duvidem… o que é que os “Mwangolê” não têm? Não sei!

Em Angola existe tudo e mais alguma coisa…

Segundo alguns dados, o mamão é de origem mexicana. Este fruto é típico das regiões (sul) tropicais e subtropicais, conhecido por vários nomes: papaia, no México; “fruta – bomba” (esta é boa!!! e só poderia ser…) em Cuba.

A árvore que produz o mamão chama-se marmoreiro. Esta árvore produz o fruto durante o ano todo, porém a colheita ocorre mais nos meses de Maio, Junho, Agosto e Outubro.

Em Angola ela está em todo o lado. Não há regiões específica… O mamão é rico em vitaminas A, C e do complexo B. A fruta também é fonte de sais minerais como cálcio, ferro e fósforo que tanto os nosso “kanukos” precisam já que o leite este já era!

sábado, 30 de maio de 2009

O Melão que ninguém tem…


Angola continua a ser nos anais africanos, o país com potencialidades invejáveis no ramo da agricultura. Disso não tenham dúvidas (do meu kimbu)…

Dizem os especialistas na matéria, que o nosso país está situado na Costa Ocidental da África e situa-se também na costa do atlântico Sul da África Ocidental.

O seu clima é caracterizado por duas estações. Mas me interessa nesta pequena reflexão, destacar a estação de chuvas que vai de Novembro a Abril.

Na região de Luanda, localizada na orla costeira, apresenta elevados índices de pluviosidade, que vão decrescendo de Norte para Sul, e dos 800 mm para os 50 mm, com temperaturas médias anuais acima dos 23°C.

Estas maravilhosas condições climáticas fazem do agricultor Pina, que se instalou na Região de Wagongo, na Samba (Luanda) um autentico abastecedor de MELÃO para os principais supermercados e cozinhas de empresas de construção civil estacionadas em Luanda…

É um saboroso MELÃO… É! O Ancião Pinda disse que na África Austral é o melhor Melão! Significa dizer que nem a África do Sul nos pia (aguenta) potencia regional…

Este Melão provei e vi com os meus olhos de ver, e que estão estacionados no meu próprio KIMBU!

Um meu colega de “caneta” e que quando estava a escrever se ria de mim disse que, “ Apesar destas relíquias todas a maior parte da População angolana vive em Pobreza estrema…”.

Isso também sei! Mas, não quero falar disso, porque vou…

Quero enaltecer o empreendedorísmo do Velho Pina, que tem o MELÃO que ninguém tem a nível da África Austral e quem sabe… mundialmente!


A.V.



sexta-feira, 29 de maio de 2009

O H2O que nunca temos…


Esta composição química causará num futuro não muito distante (do meu kimbu), inúmeros problemas entre os governos de todo o mundo sem excepção.

Existem países que não terão o resultado final desta composição química (água) nos próximos anos. O líquido está cada vez mais escasso… mas feliz ou infelizmente não é o caso de Angola.

Nós os “Mwangolês” somos uma bênção. Até há quem diga que “Jesus Cristo” quando passou por África, também se recordou de Angola (talvez é por isso que em menos de 17 anos dois líderes Católicos já visitaram e pisaram o solo Mwangolê) e deixou muita riqueza mineral onde se destaca a ÁGUA! (Yagua…)

O nosso país é rico em recursos hídricos… É! Por acaso é! Disso não tenham nenhum pingo de dúvidas… (Ver Foto bacia hidrográfica do Rio, Lwei, Município da Samba, Comuna do Ramiro, província de Luanda… até dá gosto de escrever!).

Mas, Luanda será que tem ÁGUA? Perguntem à Empresa de (esbanjamento do Erário Público de Angola e em especial em Luanda (isto é do meu kimbu)...

O original dizem os Mwangolês que é: EPAL (Empresa Provincial de Águas de Luanda!?! Não perguntem à mim… (“Eu só sei, o que nada sei!”), dizia alguém e Eu, negrito, sublinho também em baixo…

Mas, o grande dikelengo reside na realidade actual das suas populações no que concerne ao consumo final, desta composição química. Meus Senhores e Senhoras, não há água para as populações que em “última” instancia, os Governos instalados dizem que vêm, pelos seus interesses.

Quando não há ÁGUA, então que interesses são estes? Não sei se em Angola é diferente…

Isto é contra os direitos Humanos (do meu kimbu)… É! E ponto final paragrafo…

É vergonhoso ver velhos, velhas, jovens, mamãs e até mesmo crianças de menor idade, carregarem bidões ou bacias contendo água! É vergonhoso… Digo Eu… É!

Já é uma guerra instalada em Angola… apesar desta riqueza que ninguém mais tem a nível mundial!

Luanda já está em macas! No meu Bairro… é uma grande maka (entenda-se confusão)! Mas vamos mais uma vez resistir às intempéries…


Assim nunca teremos H2O...

A. V.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Caros Compatriotas... Assim não!




Esta fotografia tirada na estrada que liga Luanda á província do Kwanza – Sul, mostra “o matadouro” que as estradas estão a causar as famílias angolanas.

Dizia alguém que a “Guerra” já acabou, mas as mortes por “negligência” (isto da minha cabeça) ainda continuam a ceifar vidas humanas! São várias vidas…

Todos os dias são arrepiantes os números que os piquetes da nossa Policia Nacional divulgam no que concerne aos acidentes por viação nas diversas estradas do país.

Agora que as estradas que ligam as diversas artérias do país (de lés – a – lés) estão como uma pista para corrida de Formula 1 vários angolanos (as) querem tirar o lugar de Lewis Hamilton, David Coulthard e Fernando Alonso, craques da Formula 1.

Os nossos compatriotas e não só têm causado inúmeros prejuízos às famílias já, por si só desfalcadas pela guerra civil, que durou mais de 3 décadas.

Mais calma e prudência!


Adérito Veloso

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Foi bem - bom ver um CIPUNDO…



Regressar à casa que me viu nascer é sempre muito bom! É…

Num dos fins-de-semana prolongados, que aliás é “ um bem – bom” na nossa banda (Angola) dei uma fugida a minha banda… gostei de ver aquilo que não via há mais de 6 anos, por força maior… estou em Luanda (capital de Angola)

Foi bom ver …

As estradas estão boas. De Luanda ao Huambo fiz pouco menos de 6 horas por estrada asfaltada, que bom!

Na estrada que liga, o município do Bailundo ao da Bela Vista (na província do Huambo) fiquei encantado, comovido, radiante e satisfeito... com o que vi na aldeia da Napica, há quase 20 quilómetros (numero aproximado) do Bailundo!

Um Cipundo…

Cipundo é uma casa que se encontra ou é construída pelos camponeses, junto a uma lavra (campo de cultivo) e serve para descanso depois de horas a fio de trabalho.

Foi bom regressar… foi bem – bom! Ai foi…



Adérito Veloso

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Gado que abunda na Kianda




A criação de gado (bovino, caprino e suíno) pode garantir o desenvolvimento sustentável de qualquer país.

Angola, não pode e nem deve “fugir” a regra. O país possui potencialidades, mas, tem se apostado pouco nesta área. Prova disso é o facto do executivo angolano até ao momento, a não ser que estou um “pouco” desatento, não apoio através do Ministério da Agricultura, os populares do Cunene que viram os seus animais a serem “maltratados e massacrados” pelas enxurradas que se abateram meses a atrás naquelas paragens.

Eu não ouvi! E tu… também não? Macas e dilemas à parte e vamos ao que me interessa.

Na região de Wogango, comuna do Ramiro, município da Samba, em Luanda criadores de gado, apesar das intempéries que a região “oferece”, têm conseguido vencer as barreiras impostas, e continuam teimosamente a criar os seus animais domésticos.

São manadas e mandas, que junto ao Rio, Lwei são pastadas. Os criadores de gado contratam de preferência pastores de origem Kwanhama (Huíla e Cunene), por ser e como se sabe, os maiores criadores de gado no nosso país.

No local, dialoguei demoradamente com o mais velho João, de 54 anos, natural do Cunene e que vive em Luanda desde 1997. O ancião recorda com alguma “nostalgia” os “velhos” tempos na banda… foi comovente para mim!

Ao pastor de gado, João foi-lhe confiada a missão de criar cerca de 40 bois, 35 ovelhas e mais de 27 cabritos.

“É um trabalho árduo. Aqui não há basto como na minha terra. Tenho de andar muito. Mas tenho me aguentado mesmo assim”, contou o velho altamente cansado com mais um dia de labuta.

Como é o seu ganha-pão, o pastor de gado diz com bastante satisfação que é através do “pequeno” salário que ganha, que consegue sustentar os seus 8 filhos.

Bom! Como os males são oportunistas, eis que também os não criadores de gado estão agastados com o comportamento de vários criadores de gado e que não têm sobre sua alçada pastores para fazerem o acompanhamento dos seus animais, “pegada – a – pegada”...

Os agricultores estão furiosos… mas muito deles já abandonaram a região e se emigraram um pouco mais distante. Junto das margens do Rio Kwanza. Para quem conhece bem a região, ali pela bandas da Barra do Kwanza.

Deixando estas macas de lado recupero o “BOOM” de iniciativas individuais que olhei com os meus olhos de ver! Vale a pena apostar nesta ousada mas deslumbrante iniciativa de criar gado…

Ao Governo angolano, através do Ministério de tutela, resta apenas apoiar estas iniciativas indivíduas e por vezes isoladas, incentivando assim o chamado desenvolvimento sustentável das regiões.

O Governo ou Estado como queiram, deve desenvolver políticas conducentes a um crescimento harmonioso do casco rural das várias cidades, comunais, aldeias do país.

O Governo deve incentivar e apoiar na prática e não por meios das conferências que até já cheiram mal… os pequenos, médios e grandes criadores de gado.

Esta política auguro Eu, não se deve esgotar apenas em Luanda! Vamos para o interior do país. O gado afinal pode ser criado em toda a parte de Angola…

Estamos em crise do petróleo e principalmente do diamante (nestas áreas há despedimentos grosseiros de trabalhadores), que tal se o governo os lance para outras iniciativas individuais, através do BAD concedendo-lhes créditos.

Angola tem muito para dar aos seus filhos! Apostemos na criação de animais domésticos… apostemos já, por formas a vencermos a “febre” das exportações…

Bem-haja!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

APOSTEMOS NA AGRICULTURA


A região de Luanda, aos poucos tem vindo a se desfazer da ideia segundo a qual: “aqui (Luanda) não se pratica agricultura”.
Isto é uma blasfémia, já que um imponente empreendimento agrícola denominado Terra Verde, uma joint-venture angolana e israelita, ergue-se na comuna de Sequele, município de Cacuaco, em Luanda, concebido para o cultivo de horto frutícolas e a criação de aves. São seus sócios a angolana Copinol, com 80% do capital social da empresa, e a israelita Polsan, com os restantes 20%. Actualmente, o projecto é gerido exclusivamente pelos angolanos.
Com cerca de sete anos de existência, a cooperativa ocupa uma área bruta de 90 hectares de terra, sendo 35 para cultivo em campo aberto, cinco reservados a 10 estufas e o restante em infra-estruturas e áreas sociais. Anualmente, a Terra Verde produz trinta variedades de produtos horto frutícolas. O projecto conta com o concurso de 100 trabalhadores.
O director-geral de projectos da Terra Verde, Pedro Silveira, que a chave do sucesso da cooperativa está no trabalho e na investigação. O projecto surgiu para mostrar aos cépticos que na região de Luanda, apesar da sua especificidade micro climática é possível produzir-se durante as duas estações do ano, sublinhou.
Ao fazer o balanço positivo dos sete anos de existência do projecto, Pedro Silveira disse: “A agricultura é a base de desenvolvimento de qualquer sociedade. Na altura (2002), o país se encontrava em défice, já que se vivia basicamente da importação. Com o surgimento do projecto Terra Verde, foi possível baixar os preços destes produtos, e, consequentemente, aumentou o potencial de compra das famílias. Neste sentido, nós contribuímos para a baixa da inflação destes produtos básicos, que influenciam bastante na inflação geral do país”, afirmou.
O também gestor da cooperativa sublinhou que a produção é feita em função da procura no mercado. Os principais clientes são as empresas petrolíferas, diamantíferas e os supermercados da capital, destacando-se a Shoprite e o JUMBO. A cooperativa dispõe também de serviços de entrega ao domicílio e de uma loja para venda directa aos interessados.

Processo de expansão
Quanto ao processo de expansão do projecto Terra Verde para outras províncias do país, o director geral revelou existirem projectos nesse sentido, uma vez que neste momento a empresa está confinada a nível da província de Luanda.
“Temos projectos de nos expandirmos para o sul de Angola, numa primeira fase e só depois, quem sabe, para todo o país”, disse. “Mas, neste momento, o que está em carteira é o processo de expansão sobretudo para as províncias que estão acima dos 500 metros do nível do mar, como são os casos do Kwanza-Sul, Huambo e Huíla”, precisou.
Pedro Silveira anunciou ainda que a cooperativa Terra Verde pretende também trornar extensiva a sua actividade ao cultivo de cereais. “Estamos a produzir horto frutícolas e queremos ir também para áreas dos cereais e leguminosas”, referiu.

Principais cultivos
O projecto Terra Verde foi concebido para produzir horto frutícolas em que se destaca essencialmente o tomate, repolho, pimento, pepino, beringela, melão, melancia e a malagueta.
Dada a demanda e a escassez de frutas no mercado, a cooperativa decidiu igualmente abraçar a concepção de viveiros de frutas, nomeadamente a manga, banana, laranja, limão, abacate, citrinos e a papaia.
“Nós temos cá técnicos capazes. Felizmente, a experiência foi boa e pretendemos diversificar a nossa actividade, produzir para nós (Terra Verde) e vender plantas para outras pessoas que queiram adquirir, uma vez que há muita demanda desses serviços”, garantiu o engenheiro agrónomo.

Facturação e produção anual
No capítulo das receitas financeiras desde o seu surgimento no mercado, Pedro Silveira destacou que o ano de 2006 foi de maiores “glórias”, já que as receitas atingiram a fasquia de USD dois milhões. Em 2007, os ganhos foram de USD um milhão e 900 mil. O ano de 2008 está em fase de balanço, mas segundo disse, não fugirá muito ao acumulado do ano passado.
No ano de 2006/2007, a cooperativa produziu 1.200 toneladas de produtos diversos. Para 2009, a previsão é de 1.400 toneladas. O ano agrícola 2004/2005 foi o da maior safra, até hoje: foram 1.600 toneladas de produtos.
Este abrandamento na produção é uma estratégia adoptada pela própria cooperativa, já que está a praticar uma agricultura “intensiva”. A medida visa adoptar também a rotação de cultivos, de maneira a devolver ao solo a biodiversidade para que nos anos vindouros a cooperativa chegue os mesmos níveis de produção (1.600 toneladas).
Com uma política de cultivo sazonal, devido às especificidades dos produtos, bem como também por ser um projecto agrícola de cariz privado (“a Terra Verde sobrevive através de lucros”, segundo sublinhou Pedro Silveira), o programa de produção está assente nos produtos que dão maior receitas à empresa.
Dificuldades
No que tange aos apoios, o director geral de projectos da cooperativa realçou que a sua instituição tem encontrado inúmeros problemas.
“Não temos tido nenhum apoio. Aliás, esta é uma das maiores dificuldades que nós temos”, adiantou. Para Pedro Silveira, a política tributária aplicada às empresas agrícolas tem causado inúmeros prejuízos nos projectos.
“Tem havido muitos problemas no desalfandegamento das mercadorias. Parte destes imputes, chegam a ficar seis a oito meses no Porto de Luanda, o que dificulta a nossa actividade”. O agrónomo aproveitou a oportunidade para alertar a quem de direito no sentido de ajudar a minimizar esta problemática.
“Baixando estes custos da importação, naturalmente vamos pôr os nossos produtos mais baixos no mercado. O beneficiado será o consumidor final”, frisou.

Mão-de-obra
O projecto arrancou inicialmente com cerca de 250 trabalhadores, mas actualmente conta com 100. Entretanto, Pedro Silveira sublinhou que esta “quebra” drástica da mão-de-obra se deve também aos investimentos feitos pela cooperativa, no domínio dos equipamentos modernos.
“Os investimentos feitos na aquisição de máquinas diminuíram substancialmente o número de trabalhadores que o projecto supostamente suportaria”, justificou.
Serviços sociais
Na vertente social, a cooperativa Terra Verde pretende prestar apoio na formação de quadros a nível da agricultura moderna, com destaque a irrigação gota a gota, uma técnica que ainda não é dominada no mercado angolano. Os cursos, com duração de três a seis meses, contemplam também aspectos fito sanitários, agricultura em geral, técnicas de cultivo sob condições protegidas (estufas), cultivo em campo aberto gestão agrícola.
“Nós começamos a formar discentes a partir de 2003. Este curso foi de âmbito internacional, porque tivemos cá engenheiros provenientes de São Tomé e Príncipe, bem como engenheiros vindos das 18 províncias de Angola. Daquela data para cá, formamos cerca de 120 pessoas”, destacou.
O director geral para projectos da cooperativa Terra Verde sublinhou por outro lado que, a falta de apoios tem “prejudicado” a vertente de formação daquele empreendimento agrícola.
“Estamos paralisados porque estamos a esperar da comparticipação dos ministérios da Educação e da Agricultura”, tendo lembrado que no início das actividades lectivas naquela instituição a empresa israelita assumia os honorários.
“Estamos à espera dos deferimentos por parte dos dois ministérios, para arrancarmos com os cursos”, que, na sua óptica, são “bastante” interessantes.
“Os 10 melhores estudantes continuam com a formação em Israel, numa espécie de bónus”, anunciou.
Os formadores são angolanos e israelitas. A cooperativa tem convénios com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, na vertente do desenvolvimento rural e formação agrícola.
Ainda na área social, a cooperativa abastece com água potável e energia eléctrica, a cerca de três mil famílias da região onde está instalado o empreendimento agrícola. O projecto pretende levar a cabo no seio da comunidade local palestras de sensibilização no quadro da prevenção e no combate à malária e outras doenças endémicas.
O projecto Terra Verde também tem prestado ajuda na comercialização dos produtos de campo de alguns camponeses (agricultores) da região que solicitam auxílio.
Qualidade dos produtos
O engenheiro agrónomo Pedro Silveira garantiu que os cultivos produzidos na cooperativa Terra Verde são de qualidade testada.
“Nós seguimos todas normas internacionais. Todos os produtos (fertilizantes) que usamos para a correcção do solo são orgânicos. Nas estufas temos as redes que impossibilitam a entrada dos insectos e quando isso acontece não se precisa fumegar, que aliás é o maior receio das pessoas”, assegurou.

A cooperativa dispõe de um reservatório de água com 180 metros cúbicos, numa profundidade aproximada a seis metros. As estimativas de durabilidade do reservatório atingem os 100 a 200 anos. A água é captada no rio Bengo, numa distância de oito quilómetros. A fazenda está a 180 metros de altitude.
Os fertilizantes são injectados na água e através do processo de rega gota a gota, que é feito através de um sistema automático controlado por computadores, a planta recebe a alimentação, facilitando assim o crescimento homogéneo.
Actualmente o projecto agrícola depõe nos seus viveiros de perto de 300 mil plantas diversas.
O engenheiro agrónomo destacou que 70% do sucesso agrícola está na meteorologia. A cooperativa dispõe de meios técnicos e meteorológicos próprios, que facilitam a cada minuto o trabalho.
Perto de 25 mil tomateiros são plantados numa extensão de 1 hectare, cujo trabalho é executado por 3 pessoas em 2 horas. Uma planta de tomate pode atingir os 18 metros e em cada 30centimetros nasce um tomate.
É caso para dizer: “apostemos na agricultura”, por formas a não sermos dependentes do Petróleo e Diamante que aliás são os sectores que mais ressentem da grave crise global que assola actualmente o planeta Terra!



* Adérito Veloso