Adérito Veloso*
Jorge Luamba, 40 anos é um “jovem” angolano arrojado, que fez das “tripa o coração” (da barriga o ânimo) até que conseguiu montar no pólo industrial do município de Viana, Km18, no edifício Only, em Luanda, uma fábrica ligada à montagem de estruturas metálicas.
Cognominada de Luambagest (Empreendimentos, Lda) a unidade industrial fabrica e monta escadas, corrimões, portões, gradeamentos, estruturas para construção de edifícios, armazéns, coberturas para estádios de futebol, pavilhões e pontes metálicas, além de soldaduras, gasodutos e oleodutos (pipelines). O investimento da unidade fabril está avaliado em cerca de 12 milhões de Dólares.
Segundo fez saber o administrador da unidade fabril, Jorge Luamba, as estruturas metálicas fabricadas pela sua firma têm contribuído bastante no crescimento do sector de construção civil, já que têm facilitado na aquisição destes materiais a internamente, evitando a sua importação. “O sector metalúrgico em Angola ainda está muito aquém das encomendas, pois constata-se um défice neste sector, visto que a matéria-prima é toda importada, principalmente o ferro”, afirmou.
Construção A fábrica transforma a matéria-prima, no caso do ferro, para projectos de edifícios e estruturas metálicas, construção de armazéns e outras infra-estruturas. “Nós estamos preparados para fabricar tudo que está ligado ao sector metalúrgico”, gaba-se. O empresário diz que apostou neste segmento, porque acredita que o sector de construção civil, é hoje em Angola o ramo que mais cresce e precisa de muita matéria-prima para suportar os vários empreendimentos que o Governo e as empresas privadas estão a levar a cabo um pouco pelo país.
“O sector está em franca expansão e exige uma resposta adequada por parte dos investidores, tanto nacionais como estrangeiros, de modo a produzirmos localmente os materiais de construção civil, facilitando à sua aquisição”, disse o responsável. Para ele, sem indústrias o país não vai desenvolver, uma vez que se entrou na fase de reconstrução e construção de infra – estruturas destruídas pela guerra.
Trabalho A unidade fabril produz consoante as encomendas dos clientes, podendo efectuar mensalmente obras no valor de um milhão de Dólares. “Nós estamos receptivos a todos aqueles que apostam seriamente no sector da construção civil”, disse, para acrescentar que neste momento o volume de negócios da empresa ronda em cerca de um milhão de Dólares por mês. Apesar de o país registar um potencial mineiro, o mercado metalúrgico nacional é abastecido por produtos importados, tudo porque a exploração desses recursos é quase diminuta.
Dificuldades Há cinco anos no mercado angolano, a Luambagest continua ainda a atravessar muitos problemas, mas a fase mais crítica foi ultrapassada e o futuro é animador. “Nós tivemos muitas dificuldades por altura da implementação da fábrica, já que este tipo de actividade exige mão-de-obra qualificada”, afirmou Jorge Luamba.
Expansão Quanto ao processo de extensão para as outras províncias do país, Jorge Luamba não pôs de parte essa possibilidade, dizendo que a sua empresa está pronta em montar estruturas metálicas em qualquer parte do país desde que seja solicitada. “Estamos a encetar contactos em várias províncias e aguardamos. Neste momento, além da província de Luanda, a nossa empresa está a montar alguns empreendimentos na província do Huambo”, salientou o administrador.
Projectos A Luambagest pretende lançar brevemente no mercado imobiliário angolano, o projecto denominado “Moradias Uni familiares”. O mesmo terá um custo que rondará entre os 70 e 130 mil Dólares, por cada residência. Para estas empreitadas, a empresa pretende utilizar tijolo de barro vermelho de origem sul-africano e telhado de produção nacional. Uma casa normal com extensão de 100 m2 poderá custar cerca de 70 mil Dólares, enquanto um rés-do-chão o seu custo rondará os cerca de 130 mil Dólares. Quanto à modalidade de pagamento, ainda está a ser estudada”, concluiu o jovem gestor.
Matéria também publicada no JE
* Fotos de Pedro Salvador
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