segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Está difícil acertar agulha!


ADÉRITO VELOSO

Está a demorar acertar o fio (linha de agulha) no seu devido sítio…
Não é de estranhar e por vezes alarmar, o que se está a passar um pouco pelo país, a dentro. Existem em alguns sectores, sinais de que, de facto, a nossa “amada”, “odiada”, “chinguilada”, “assolada”, “martirizada” e “maltratada” ANGOLA está a se desenvolver aos solavancos.

Esses “vestígios” são inequívocos, e fazem com que os verdadeiros “Mwangolês” saibam o quanto trilhamos para chegarmos aonde estamos. Mas ainda assim, estamos aqui para dizer que esses esforços ainda são ínfimos e existe muito ainda que “trilhar”.

Em particular estou a escrever estas “guitas” para recordar uma coisa que alias a IGREJA me ensinou: Dê a CÉSAR o que é de CÉSAR!

Nos últimos tempos fui confrontado com um “nervosismo” (íntimo) que ensombrava o meu “status quo” e decapitava os meus míseros “dotes” de ESCRIBA (entenda-se jornalista!!!).

“Na paz, nem tudo é paz”, dizia alguém que com uns tantos conselhos procurava me consolar dos maus momentos que estavam a passar e passear na ainda principiante carreira de ESCRIBA. Não gostei de saber que os escribas neste país são os que mais “MENDIGAM” as migalhas de quem não sei! Mas, ainda assim existem muitos: “PARAQUEDISTAS – do ministério” que vêem labutar na nossa “mísera” profissão servindo de trampolim, para outros “bafos” (ares), sem no entanto terem o mínimo de preparação académica desta área exigente, comovente e esbelta…

Hoje em dia, e sem desprimor a outros ofícios: o sapateiro é Escriba; ladrão é escriba; carpinteiro é escriba; zungueiro é escriba; ficcionista é escriba; humorista é escriba; motorista (condutor) é escriba; psiquiatra é escriba; médico é escriba; pintor é escriba; motoqueiro é escriba; roboteiro é escriba; engraxador é escriba; Kapuqueiro é escriba; porteiro é escriba; militar é escriba, paramilitar é escriba; assaltante é escriba; pescador é escriba; enfim o ladrão é escriba!!!

Um dos meus professores de Comunicação Social (na FLCS - UAN), nas cadeiras curriculares de: Atelier de Jornalismo e de Discurso Mediático, que aliás é um dos poucos quadros (formado na área) que naquela época do:”ÚNICO” se formou na então URSS (Rússia) e que depois de regressar à casa (Angola), foi obrigado a desistir (da carreira e da sua formação de escolha), por estas (acima escritas) e outras razões, e ter decidido chamar estas pessoas (se é que são!!!) e a profissão de: “BORRA-BOTAS!!!”

Estas linhas são para chamar atenção a todos os verdadeiros “ESCRIBAS” que temos de chamar as coisas pelos seus nomes, e não escamotear a verdade-verdadeira!
Estas profissões (acima) são importantes, mas a “NOSSA” por favor deixem-na para os que estão (não são poucos) a se formar nas várias Un(d)iversidades que o país dispõe.

Outra urgência que remete a nossa “famigerada” profissão é o cuidado que temos de ter com a informação, bem como a necessidade dos profissionais (ESCRIBAS) dos meios de comunicação social terem vocação para esse trabalho e de não se dedicarem nem serem obrigados a fazer esse trabalho por não encontrarem outro.

O profissional de comunicação deve ser uma pessoa com vocação e não FICCIONISTA (como são os vários casos da nossa praça!!!). Isto significa que, mais do que ter atitudes e inclinações, precisamos trabalhar com gosto e recta intenção. As atitudes requeridas podem ser naturais ou adquiridas. Mas ser ficcionista não!!!

É (há) tempo de salvarmos, acautelarmos, guardarmos, defendermos, pouparmos, libertarmos, preservarmos e IMUNIZARMOS a nossa MÍSERA profissão, e trilharmos para aquilo a que chamo de: “SUCESSO – SUCESSIVO!!!”.

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