Crise económica e financeira global contribuiu negativamente nos rendimentos das 14 empresas que compõe o aglomerado empresarial, mas ainda assim para este ano estão previstos a construção de vários empreendimentos
ADÉRITO VELOSO*
Os sinais da retoma das economias nacionais têm motivado os empresários a apostarem em vários investimentos para colmatarem os efeitos que a crise económica e financeira global causou às empresas. Um exemplo disso está patente nos USD 135 milhões de investimentos globais que o grupo Bartolomeu Dias pretende levar a cabo nos vários segmentos económicos onde opera, com destaque para os sectores do imobiliário e da indústria. O seu presidente (com o mesmo nome e na FOTO) anunciou que estes investimentos têm como principal foco o incremento de novos empregos, bem como contribuir no Produto Interno Bruto (PIB). O grupo Bartolomeu Dias é uma holding de capital e direito angolano fundado em 1990 e é composto por 14 empresas ligadas a vários sectores, nomeadamente: aviação civil, indústria alimentar, construção civil, hotelaria, imobiliário, informática, transporte rodoviário, agência de viagens, segurança privada e trading.
Indústria
Neste sector, o grupo investiu USD 47 milhões para a construção de uma fábrica na província costeira de Benguela de produção de óleo alimentar, com a capacidade de 300 toneladas por dia. O arranque das obras está para breve. O terreno onde será erguido o novo empreendimento fabril já foi concedido pelo Governo provincial. Para o próximo mês, o grupo vai construir de raiz duas fábricas na província de Luanda, uma para produzir sacos de ráfia e que está estimada em USD sete milhões e a outra será concebida para o fabrico de lâmpadas de baixo custo, cujo o valor está orçado em USD 10 milhões.
Sector imobiliário
Para este ano, o grupo vai erguer quatro edifícios na província de Luanda. As obras estarão a cargo da construtora Angoinform, sob a supervisão da imobiliária Sul do Kwanza (ambas do mesmo grupo). Dos edifícios, destaca-se o Business Park, a ser construído na zona do Talatona, em Luanda, e que comportará três edifícios, orçados num investimento geral de USD 40 milhões. Num deles funcionarão as estruturas centrais do grupo Bartolomeu Dias. O outro edifício, orçado em USD 24 milhões e denominado Residence será erguido no cruzamento entre a Avenida Hoji Ya Henda e a rua Saturnino de Sousa Oliveira (Avenida Brazil), no centro da cidade de Luanda, e que comportará 12 pisos e três caves. O mesmo comportará apartamentos de tipologia T1 a T4 que servirão para habitação colectiva e serviços.
Hotelaria
Com um investimento de USD sete milhões, o grupo Bartolomeu Dias está a restaurar uma unidade hoteleira na cidade de Menongue (capital do Kuando Kubango), que terá a categoria de 4 estrelas e será denominada Pérola do Sul.
“Vamos inaugurar brevemente o hotel Pérola do Sul que será a principal unidade hoteleira da cidade de Menongue (Kuanda-Kubango). Queremos elevar este hotel para a categoria de 4 estrelas, apesar de não ser grande, já que o mesmo só comportará 84 quartos, estamos a restaurar uma parte e outra estamos a erguer de raiz. Desta forma, pensamos que serviremos melhor os turistas e as pessoas que se deslocarem à cidade de Menongue”, destacou o empresário.
Crise
Para o empresário angolano, o facto de o país se ter ressentido dos efeitos da crise económica e financeira global também contribuiu negativamente nos rendimentos das empresas que compõe o grupo. Ainda assim, Bartolomeu Dias reconhece existir no país vários sectores que dão garantias para uma recuperação rápida.
“Nos últimos dois anos, a situação não foi das melhores, principalmente o ano de 2009 que não foi bom para o país bem como para as empresas. Alguns investimentos tiveram que ser cortados de forma radical porque, primeiro, o mercado em si está em recessão ou estagnação total; segundo, se o mercado não está a reagir bem, não há ainda muito interesse para o investimento. Por exemplo, no sector imobiliário, onde vendíamos uma casa numa semana, actualmente não se consegue vender neste espaço de tempo. Temos de fazer um esforço adicional para podermos manter as empresas e os empregos”, sublinhou o líder do grupo.
Um outro aspecto que apoquenta o PCA do grupo Bartolomeu Dias se prende com a constante oscilação da moeda, o que também tem provocado a escassez de liquidez no mercado nacional. “Estes factores vieram fazer com que as empresas, os empresários e os investimentos tivessem abrandado. Isto tem alguma consequência, porque o país estava a crescer bem e hoje estaríamos em bons níveis. Temos de arregaçar as mangas e, com inteligência, podermos contornar a situação actual que vivemos internamente, com inteligência para continuarmos a ter o crescimento que antes da crise Angola estava a registar”, augurou o empresário.
Perspectivas
Para este ano, o grupo Bartolomeu Dias pretende ampliar os seus serviços. O empresário é de opinião de que o Estado continue a investir para que as empresas tenham muitas oportunidades.
“O Estado é que projecta os grandes investimentos, e as empresas, por sua vez, vão ter um impacto positivo e daí com estes investimentos e outras alternativas poderemos incrementar as nossas acções para contribuir no Produto Interno Bruto”, frisou o responsável máximo do grupo angolano. O líder do grupo indicou que os activos da firma estão estimados em USD 350 milhões. A holding é composta pelas empresas: Angoinform Informática, Divisão de Segurança, Construtora, City Deliver Service, Deliver Cleaning, Diexim Transportes Rodoviários, Diexim Expresso, Elizabeth Service, Internacional Travel, Imobiliária Sul do Kuanza, Inter-Cidades, Indústria Nori, North Investment, Royal Ject e a Win Speed. O grupo conta com mais de 3.000 trabalhadores, dos quais 7% são expatriados.
Objectivos
Constam dos objectivos estratégicos do grupo angolano para o período 2007/2010 a rentabilidade dos capitais próprios a 22% em 2010; crescimento médio anual dos resultados líquidos de 30% entre 2007 e 2010, quota de mercado média de 22% em 2010, cost to income (relação entre custos operativos e proveitos) inferior a 45% em 2010, bem como Core Tier I mínimo de 6% entre 2007/2010.
Fabricas de óleo alimentar e sabonete
A indústria Nori (Nova Rede Industrial Lda), empresa ligada ao grupo Bartolomeu Dias, tem uma facturação mensal de USD 1,6 milhão resultante da venda do sabonete de marca Ana e o óleo alimentar Senhorita. Segundo disse ao JE o director executivo da Nori, David Neto, o parque industrial da Nori já é uma referência obrigatória a nível nacional.
“Os produtos Nori são comercializados no mercados interno, com qualidade reconhecida, graças à observância de rigorosos padrões de controlo e de produção. Os nossos produtos, nomeadamente o sabonete Ana e o óleo Senhorita são testados pelo laboratório interno bem como com o do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas”, destacou o gestor.
O óleo Senhorita é 100% vegetal, sem colesterol e é abrangente a toda culinária. Quanto ao sabonete Ana, a sua fórmula com sabão enriquecido com vitaminas naturais contém uma combinação de agentes de limpeza e hidratantes. Presente no mercado há três anos, o parque industrial da Nori, com uma área total de 40 mil metros quadrados, está localizado no Morro Bento, município da Samba, em Luanda, conta com 143 trabalhadores, dos quais 3% são expatriados, nas especialidades de engenharia química, produção e manutenção. Homens e mulheres trabalham diariamente na produção de 120 toneladas, perfazendo 12 mil caixas de óleo alimentar.
Matéria-prima
O óleo bruto, que é o principal suporte dos produtos fabricados na indústria, é importado da Índia, Malásia, Brasil, Argentina e Africa do Sul (aromas). Para além do óleo alimentar e o sabonete Ana, o parque da Nori está a ser equipado para produzir o óleo de girassol e de palma. Brevemente será lançado no mercado nacional o Sabão Ouro, bem como a nova marca do sabonete Ana Hotel de 20 e 40 gramas, que será produzido especialmente para hotéis e serviços de bordo. Os trabalhos de instalação das máquinas estão a 75%, faltando apenas alguns retoques para o arranque da empreitada.
Publicado também no Jornal de Economia & Finanças (EP)
Fotos: Vigas da Purificação
ADÉRITO VELOSO*
Os sinais da retoma das economias nacionais têm motivado os empresários a apostarem em vários investimentos para colmatarem os efeitos que a crise económica e financeira global causou às empresas. Um exemplo disso está patente nos USD 135 milhões de investimentos globais que o grupo Bartolomeu Dias pretende levar a cabo nos vários segmentos económicos onde opera, com destaque para os sectores do imobiliário e da indústria. O seu presidente (com o mesmo nome e na FOTO) anunciou que estes investimentos têm como principal foco o incremento de novos empregos, bem como contribuir no Produto Interno Bruto (PIB). O grupo Bartolomeu Dias é uma holding de capital e direito angolano fundado em 1990 e é composto por 14 empresas ligadas a vários sectores, nomeadamente: aviação civil, indústria alimentar, construção civil, hotelaria, imobiliário, informática, transporte rodoviário, agência de viagens, segurança privada e trading.
Indústria
Neste sector, o grupo investiu USD 47 milhões para a construção de uma fábrica na província costeira de Benguela de produção de óleo alimentar, com a capacidade de 300 toneladas por dia. O arranque das obras está para breve. O terreno onde será erguido o novo empreendimento fabril já foi concedido pelo Governo provincial. Para o próximo mês, o grupo vai construir de raiz duas fábricas na província de Luanda, uma para produzir sacos de ráfia e que está estimada em USD sete milhões e a outra será concebida para o fabrico de lâmpadas de baixo custo, cujo o valor está orçado em USD 10 milhões.
Sector imobiliário
Para este ano, o grupo vai erguer quatro edifícios na província de Luanda. As obras estarão a cargo da construtora Angoinform, sob a supervisão da imobiliária Sul do Kwanza (ambas do mesmo grupo). Dos edifícios, destaca-se o Business Park, a ser construído na zona do Talatona, em Luanda, e que comportará três edifícios, orçados num investimento geral de USD 40 milhões. Num deles funcionarão as estruturas centrais do grupo Bartolomeu Dias. O outro edifício, orçado em USD 24 milhões e denominado Residence será erguido no cruzamento entre a Avenida Hoji Ya Henda e a rua Saturnino de Sousa Oliveira (Avenida Brazil), no centro da cidade de Luanda, e que comportará 12 pisos e três caves. O mesmo comportará apartamentos de tipologia T1 a T4 que servirão para habitação colectiva e serviços.
Hotelaria
Com um investimento de USD sete milhões, o grupo Bartolomeu Dias está a restaurar uma unidade hoteleira na cidade de Menongue (capital do Kuando Kubango), que terá a categoria de 4 estrelas e será denominada Pérola do Sul.
“Vamos inaugurar brevemente o hotel Pérola do Sul que será a principal unidade hoteleira da cidade de Menongue (Kuanda-Kubango). Queremos elevar este hotel para a categoria de 4 estrelas, apesar de não ser grande, já que o mesmo só comportará 84 quartos, estamos a restaurar uma parte e outra estamos a erguer de raiz. Desta forma, pensamos que serviremos melhor os turistas e as pessoas que se deslocarem à cidade de Menongue”, destacou o empresário.
Crise
Para o empresário angolano, o facto de o país se ter ressentido dos efeitos da crise económica e financeira global também contribuiu negativamente nos rendimentos das empresas que compõe o grupo. Ainda assim, Bartolomeu Dias reconhece existir no país vários sectores que dão garantias para uma recuperação rápida.
“Nos últimos dois anos, a situação não foi das melhores, principalmente o ano de 2009 que não foi bom para o país bem como para as empresas. Alguns investimentos tiveram que ser cortados de forma radical porque, primeiro, o mercado em si está em recessão ou estagnação total; segundo, se o mercado não está a reagir bem, não há ainda muito interesse para o investimento. Por exemplo, no sector imobiliário, onde vendíamos uma casa numa semana, actualmente não se consegue vender neste espaço de tempo. Temos de fazer um esforço adicional para podermos manter as empresas e os empregos”, sublinhou o líder do grupo.
Um outro aspecto que apoquenta o PCA do grupo Bartolomeu Dias se prende com a constante oscilação da moeda, o que também tem provocado a escassez de liquidez no mercado nacional. “Estes factores vieram fazer com que as empresas, os empresários e os investimentos tivessem abrandado. Isto tem alguma consequência, porque o país estava a crescer bem e hoje estaríamos em bons níveis. Temos de arregaçar as mangas e, com inteligência, podermos contornar a situação actual que vivemos internamente, com inteligência para continuarmos a ter o crescimento que antes da crise Angola estava a registar”, augurou o empresário.
Perspectivas
Para este ano, o grupo Bartolomeu Dias pretende ampliar os seus serviços. O empresário é de opinião de que o Estado continue a investir para que as empresas tenham muitas oportunidades.
“O Estado é que projecta os grandes investimentos, e as empresas, por sua vez, vão ter um impacto positivo e daí com estes investimentos e outras alternativas poderemos incrementar as nossas acções para contribuir no Produto Interno Bruto”, frisou o responsável máximo do grupo angolano. O líder do grupo indicou que os activos da firma estão estimados em USD 350 milhões. A holding é composta pelas empresas: Angoinform Informática, Divisão de Segurança, Construtora, City Deliver Service, Deliver Cleaning, Diexim Transportes Rodoviários, Diexim Expresso, Elizabeth Service, Internacional Travel, Imobiliária Sul do Kuanza, Inter-Cidades, Indústria Nori, North Investment, Royal Ject e a Win Speed. O grupo conta com mais de 3.000 trabalhadores, dos quais 7% são expatriados.
Objectivos
Constam dos objectivos estratégicos do grupo angolano para o período 2007/2010 a rentabilidade dos capitais próprios a 22% em 2010; crescimento médio anual dos resultados líquidos de 30% entre 2007 e 2010, quota de mercado média de 22% em 2010, cost to income (relação entre custos operativos e proveitos) inferior a 45% em 2010, bem como Core Tier I mínimo de 6% entre 2007/2010.
Fabricas de óleo alimentar e sabonete
A indústria Nori (Nova Rede Industrial Lda), empresa ligada ao grupo Bartolomeu Dias, tem uma facturação mensal de USD 1,6 milhão resultante da venda do sabonete de marca Ana e o óleo alimentar Senhorita. Segundo disse ao JE o director executivo da Nori, David Neto, o parque industrial da Nori já é uma referência obrigatória a nível nacional.
“Os produtos Nori são comercializados no mercados interno, com qualidade reconhecida, graças à observância de rigorosos padrões de controlo e de produção. Os nossos produtos, nomeadamente o sabonete Ana e o óleo Senhorita são testados pelo laboratório interno bem como com o do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas”, destacou o gestor.
O óleo Senhorita é 100% vegetal, sem colesterol e é abrangente a toda culinária. Quanto ao sabonete Ana, a sua fórmula com sabão enriquecido com vitaminas naturais contém uma combinação de agentes de limpeza e hidratantes. Presente no mercado há três anos, o parque industrial da Nori, com uma área total de 40 mil metros quadrados, está localizado no Morro Bento, município da Samba, em Luanda, conta com 143 trabalhadores, dos quais 3% são expatriados, nas especialidades de engenharia química, produção e manutenção. Homens e mulheres trabalham diariamente na produção de 120 toneladas, perfazendo 12 mil caixas de óleo alimentar.
Matéria-prima
O óleo bruto, que é o principal suporte dos produtos fabricados na indústria, é importado da Índia, Malásia, Brasil, Argentina e Africa do Sul (aromas). Para além do óleo alimentar e o sabonete Ana, o parque da Nori está a ser equipado para produzir o óleo de girassol e de palma. Brevemente será lançado no mercado nacional o Sabão Ouro, bem como a nova marca do sabonete Ana Hotel de 20 e 40 gramas, que será produzido especialmente para hotéis e serviços de bordo. Os trabalhos de instalação das máquinas estão a 75%, faltando apenas alguns retoques para o arranque da empreitada.
Publicado também no Jornal de Economia & Finanças (EP)
Fotos: Vigas da Purificação